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2.12 – A População Indígena na Guatemala


A população dominante da Guatemala, mais ou menos 80%, são os indígenas, em maioria descendente dos maias. O restante se distribui entre os troncos dos "ladinos", garífunas e xincas. Apesar disso, a população indígena do período da colonização e de regimes militares constitui-se numa classe marginalizada, discriminada e excluída.
Uma situação de abuso que resiste e persiste nos meios econômicos, políticos, sociais e religiosos, mesmo depois da assinatura do Acordo de Paz, em 1996, que estabelecia garantias legais aos índios. Durante muitas décadas a identidade dos povos indígenas maias não era reconhecida no âmbito político. As decisões sobre o desenvolvimento do país eram tomadas por uma minoria, os ladinos, entre eles pessoas de corte racista castrense contrárias a qualquer esforço de participação dos indígenas na vida pública.
Um contingente expressivo de indígenas puros vive em comunidade isolada, ainda conservam trajes típicos, costumes e belas tradições dos seus antepassados. O Estado do Quiché por exemplo se encontra situado na região Norte da Guatemala, sua cabeceira departamental é Santa Cruz, e conta com uma extensão territorial de 8.378 quilômetros quadrados. Por sua configuração geográfica, o clima é bastante variado, predominando o frio e o temperado, embora tenha algumas regiões de altas temperaturas. É um dos Estados com maior presença indígena e detentor de maior uso da língua maia e conta com uma mínima população de ladinos.
Características similares se encontram no Estado de Huehuetenango, que possui uma diversidade de idiomas indígenas. No Quiche, por exemplo, se fala: o uspanteko no município do Uspantán; o ixil, no Nebaj, Chajul e São João Cotzal; o sacapulteko, no Sacapulas; o q’eqchi’, na parte norte, e o k’iche’ no sul do Estado. No entanto, em decorrência de circunstâncias históricas, o Estado do Quiché é considerado na atualidade como um dos mais pobres da Guatemala e o mais sofrido pelo conflito armado interno. Segundo as conclusões da Comissão para o Esclarecimento Histórico (CEH), o Quiché, 1962-1996, foi o Estado com o maior índice de violações aos direitos humanos, de comunidades massacradas, de desaparecidos, entre outros casos.

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