Foi então que foi projetado o REMHI em primeiro lugar uma contribuição aos acordos de paz em combinação com a Comissão do Esclarecimento Histórico (CEH), criada em 23 de junho de 1994 por um acordo entre o governo da Guatemala e a URNG.
Esta comissão terminou seus trabalhos no dia 25 de fevereiro de 1999 com seu relatório Memória do silêncio; parecer de alta qualidade profissional no manejo de seus recursos materiais e humanos ao serviço da humanidade, vítima dos 36 anos de conflito armado.
Em segundo momento, o REMHI queria ser um articulador da reconciliação e da paz para os povos. A paz não é um negócio de interesses partidaristas entre os da esquerda ou da direita ou do centro, dizia o bispo Gerardi em várias ocasiões. Tampouco não bastava a assinatura da paz sem um autêntico reconhecimento do pecado social e estrutural; a paz só poderia ser segura e verdadeira pela revelação da verdade dos fatos ocorridos.
Quatros anos largos de trabalho serviram para recolher inumeráveis testemunhos de pessoas, famílias, comunidades por Estados, fazendo memória do acontecido naquelas décadas de 1980 e 1990.
A documentação é imensa e rica. O resultado foram os quatro volumes do REMHI que revelam a verdade de um povo sofrido, julgado, violado, excluído e martirizado, além de um imenso arquivo de fitas cassetes e outros documentos carregados de testemunhos.
- O volume 1 descreve os Impactos da violência209. Transcrevendo o testemunho marcado na memória das vítimas.
- O volume 2 relata-nos Os mecanismos do horror210. Fazendo uma análise dos mecanismos de guerra e das atrocidades cometidas durante o conflito armado.
- O volume 3 descreve O entorno histórico211, levanta os fatos econômicos, sociopolíticos, eclesial da história da Guatemala nesse contexto.
- E o volume 4, Vitima do conflito212 recolhe os nomes das testemunhas. Todos este monumental trabalho nos dá uma idéia da magnitude do desastre sofrido à população guatemalteca, sobre tudo os mais pobres, e violações aos direitos dos povos indígenas.
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