É interessante observar que os países que formam essa região foram desenvolvendo-se com base em particularidades históricas similares às do passado colonial da "República Federal", que abrangia a Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica. Nesse tempo toda a realidade da América Central se caracterizava por suas lutas internas e externas.
Toda América Central viveu-se um auge econômico pela "robusta exportação agropecuária", que assegurava certa estabilidade econômica, assim como pela relativa expansão do mercado do café, banana, algodão, açúcar, cacau e arroz, entre outros. Em conseqüência, os países centro-americanos tinham uma característica comum: o mercado agropecuário, de importância fundamental para as políticas internas e externas de caráter pré-capitalista com firme contribuição das tendências expansionistas norte-americanas.
No caso da Guatemala, por exemplo, a consolidação de uma economia agropecuária levou à aplicação de reformas e leis que garantiam diretamente autênticos senhores feudais, políticos e militares como os principais beneficiários das rendas e em condições altamente favoráveis para se apossar de vastas extensões de terras. As circunstâncias em que se processam esses desmandos vão resultar em uma enorme desigualdade social.
É preciso voltar no tempo e considerar que, por muitas décadas, fronteiras geográficas naturais da Guatemala foram bens não apenas de sobrevivência dos maias do Meso-América. Era seguido à risca o pensamento segundo o qual a terra "é um bem, um dom entregue por Deus à humanidade e, por sua vez, um símbolo central da cultura e espiritualidade pela qual se constitui uma relação intrínseca com a identidade dos maias".
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