O Quiché se constituiu em campo central das manobras militares mais horrorosas e desumanas, justificadas pela Campanha da Segurança Nacional conta de uma suposta ameaça comunista. A garantia de vida e o direito dos povos indígenas lhes foram tirados sem misericórdia, toda esperança pertencia a um sonho inalcançável.
Foram muitos os assassinatos, perseguições, ameaças, desaparecimentos que atingiram todas as organizações civis, populares, e religiosas do Quiché. Na verdade não se vivia, mas, sim, sobrevivia-se diante da repressão. Crescia cada vez mais em todo o Quiché e em outros Estados, sobretudo os de maior presença indígena, o aparelho repressivo do governo do general Lucas García.
A estratégia pretendia acabar com todas as organizações de esquerda ou comunista. Eram classificados como esquerdistas todos os grupos, instituições ou pessoa que se manifestavam contra o regime ou representasse ameaça ao sistema econômico, político ou da segurança nacional.
Os indígenas com seus costumes e tradições, continuaram sendo sujeitos e objetos de acusações exageradas pelas políticas militaristas de favorecerem a guerrilha ou de tachar os seus líderes comunitários de comunistas.
A suposta "democracia" do Estado − baseada na repressão − ao seu povo indígena na realidade era discurso demagógico. Os prejuízos racistas e falsas acusações prevaleciam contra os dirigentes indígenas tachados como "inimigos internos"; enquanto que medidas de contra-insurgência, de repressão coletiva e violação de todos direitos humanos ampliam-se cada vez mais.
Um fato complexo: Os distintos grupos especiais da inteligência militar e os milhares de soldados alinhados no campo de batalha eram na sua maioria filhos de famílias indígenas maias. Diante do fato do golpe de Estado contra o presidente general Romeo Lucas García, causado pelas eleições fraudulentas de 1982, o povo guatemalteco tinha muitas expectativas uma possível mudança social e que a realidade em que se mal vivia poderia trocar de rumo.
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