Toda a Guatemala atravessou períodos difíceis pela ditadura militar imposta pelos governos democráticos de fachada. No ano de 1974 por exemplo, foram realizadas as eleições presidenciais. Chegava à Presidência da República maneira confusa o terceiro governo da "militar-democracia".
Governo imposto pelas negociações dos oficiais de alto comando militar, a Comitê de Agricultura, Comércio, Indústria e Finanças (Cacif) – entidade representativa dos interesses patronais –, e com o apoio do "onipotente" general Anastasio Somoza García – presidente de Nicarágua. – Sem qualquer dúvida, os interesses capitalistas das políticas norte-americanas estavam no cotidiano todas aquelas artimanhas. Juntos falsificam os resultados da eleição e empossam no poder general Kjell-Eugenio Laugerud García.
A mensagem do "novo" governo de Laugerud ao país, era confirmada. As políticas econômicas e militares funcionariam da mesma maneira do que no governo anterior, reforçando alguns aspectos estratégicos como a implementação do segundo Plano de Desenvolvimento para os Povos, 1975-1979". Plano enfocado diretamente no controle de uma economia de mercado interno, voltada à "eliminação da extrema pobreza e de reduzir a dispersão global dos interesses financeiros"128. Mas, na pratica, esse plano estratégico de desenvolvimento era apenas uma política de fachada.
Estados mais pobres como Petén e Quiché, entre outros, estavam excluídos dos benefícios reais do tal plano de modernização; ao contrário, em alguns Estados a pobreza ampliava-se a passos largos. Desta maneira, se faz sentir em todo o país o descontentamento popular e o desespero frágil classe média alta, manifestando-se por meio de greves organizadas dos movimentos populares, de estudantes, de sindicatos e de cooperativas de trabalhadores; ressurgem os movimentos dos sem-terras e, de maneira especial, tomam mais força as organizações dos movimentos indígenas; líderes das igrejas identificados com a causa dos pobres se somam aos esforços realizados, reaparecem de maneira mais organizada os movimentos de guerrilha representados pelo Exército Guerrilheiro dos Pobres (EGP).
No Estado do Quiché, controlado pelos militares, desencadeia-se uma repressão selvagem e cruel. Esses, assustados pelo fantasma do comunismo, promovem todo tipo de terror e mortes violentas. A estratégia era provocar a migração das comunidades para outros Estados ou o desterro para outras paragens. Os latifundiários burgueses e militares se apoderavam das terras abandonas pelos camponeses.
As igrejas perderam muitos fiéis, alguns núcleos de homens e mulheres, indignados pela situação em que viviam, encontravam força e valor nas palavras do Evangelho de Jesus. Foram muitos os cristãos dispersos nessa vasta região do Quiché, que mantinham viva a fé no meio da dor e da esperança, comprometendo-se então com a missão da Igreja, anunciadora do Reino de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário